Desde as eras mais remotas já se sabe que a música tem o poder de gerar algum tipo de emoção nas pessoas. No entanto, algumas músicas têm a capacidade de nos emocionar de forma mais profunda, seja através de letras significativas ou apenas por meio de melodias instrumentais.
Esse fenômeno pode ocorrer mesmo quando a letra não faz sentido aparente ou quando a música é puramente instrumental.
Mas o que explica essa capacidade única da música de tocar nossos corações e mentes?
A ciência por trás da emoção musical
Quando ouvimos uma música, várias áreas do cérebro são ativadas. A ciência mostra que a música pode influenciar diretamente o nosso sistema límbico, aquela parte do cérebro responsável pelas emoções, em várias etapas::
- Percepção auditiva – Quando os sons musicais chegam aos nossos ouvidos, eles são transformados em sinais elétricos que viajam pelo nervo auditivo até o córtex auditivo no cérebro.
- Processamento de ritmo e melodia – O córtex auditivo analisa as frequências e padrões dos sons. Essa área é responsável por identificar o ritmo, a melodia e a harmonia da música.
- Ativação do sistema límbico – À medida que o córtex auditivo processa a música, ele se comunica com o sistema límbico. Partes do sistema límbico, como a amígdala e o hipocampo, são ativadas. A amígdala é fundamental para a resposta emocional, enquanto o hipocampo está envolvido na formação de memórias.
- Liberação de neurotransmissores – A música pode levar à liberação de neurotransmissores como dopamina, serotonina e endorfina. A dopamina está associada ao prazer e à recompensa, a serotonina ao bem-estar e as endorfinas à redução do estresse e da dor.
- Conexão emocional – A combinação desses processos pode resultar em uma profunda conexão emocional com a música. Melodias específicas, timbres e harmonias podem evocar memórias, sentimentos e até mesmo respostas fisiológicas como arrepios ou lágrimas.
O impacto da sonoridade
Mesmo que a letra de uma música não tenha algum sentido para o que estamos vivenciando, ela ainda pode nos emocionar através dos sons, do ritmo e da forma como é cantada. A maneira como as palavras são ditas (prosódia) pode transmitir vários tipos de sentimentos, mesmo sem o significado das palavras. Além disso, as músicas instrumentais podem criar atmosferas que despertam emoções específicas, mesmo sem usar palavras.
Reações químicas no cérebro
Quando uma música nos toca profundamente, várias reações químicas ocorrem no cérebro:
- Dopamina – Associada ao sistema de recompensa do cérebro, a dopamina é liberada em momentos de prazer. Isso pode explicar por que algumas músicas nos fazem sentir bem ou até mesmo eufóricos.
- Serotonina – Conhecida por seu papel na regulação do humor, a serotonina pode ser influenciada pela música, ajudando a melhorar o bem-estar e a reduzir sintomas de ansiedade e depressão.
- Ocitocina – Às vezes chamada de “hormônio do amor”, a ocitocina pode ser liberada durante experiências musicais compartilhadas, promovendo sentimentos de conexão social e empatia.
Benefícios da música no dia a dia
Aqui está um guia passo a passo para se beneficiar positivamente da música no seu cotidiano:
- Escolha a música certa – Identifique músicas que você sabe que evocam emoções positivas ou calmantes. Crie playlists para diferentes estados de humor ou atividades, como relaxamento, concentração ou exercício físico.
- Incorpore a música na sua rotina – Escute música durante atividades diárias, como tomar banho, cozinhar ou dirigir. Use música instrumental para manter o foco durante o trabalho ou estudo.
- Use a música para regular o humor – Se você está sentindo algum estresse ou ansiedade, coloque uma música que você considere relaxante. Se quiser dar uma animada, escolha algo com um ritmo mais enérgico e vibrante.
- Experimente novos gêneros – Às vezes, explorar novos estilos musicais pode trazer novas formas de prazer e descoberta emocional.
- Evite músicas negativas – Fuja de músicas com letras que falam de sofrimento, ou que contenham palavras de baixo calão ou pensamentos negativos. Evite também músicas com batidas muito frenéticas, mesmo que você esteja tentando se “animar”. Esse tipo de música pode trazer mais desequilíbrio para o seu cérebro.
- Pratique a atenção plena com música – Dedique algum tempo para apenas ouvir música, sem distrações. Concentre-se nas nuances da melodia, do ritmo e da harmonia, permitindo-se uma imersão completa na experiência sonora.
A música é uma poderosa ferramenta emocional e psicológica que pode melhorar significativamente nossa qualidade de vida. Ao entender e aproveitar os mecanismos pelos quais ela nos afeta, podemos utilizar a música de maneira consciente para promover bem-estar e felicidade no nosso dia a dia.
*Texto & Arte: W. Riga
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W. Riga é escritor, artista visual e produtor de conteúdo.
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