Por que pessoas “normais” se irritam com quem tem TDAH no convívio diário? Como resolver esse problema?
Conflitos entre pessoas neurotípicas e aquelas com TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) podem ser comuns no dia a dia. Isso ocorre principalmente porque cada grupo percebe e interage com o mundo de formas diferentes, fator que acaba gerando incompreensões e, invariavelmente, muitas frustrações.
Pessoas com TDAH, por sua própria natureza, são obrigadas a enfrentar uma série de desafios na vida, tais como dificuldade em manter organização, esquecimentos frequentes, dificuldade em regular emoções e impulsividade, etc. Por outro lado, as pessoas neurotípicas tendem a valorizar a previsibilidade, o controle emocional, o cumprimento de expectativas sociais e as rotinas.
Quando esses dois mundos se cruzam, é natural que surjam situações irritantes para ambas as partes.
Principais motivos para irritação:
- Desorganização: Quem tem TDAH pode ter dificuldade em manter compromissos e arrumação, o que para um neurotípico pode ser entendido como descaso.
- Esquecimentos frequentes: Perder objetos, esquecer datas ou até partes de uma conversa é algo comum na vida de um TDAH, mas é visto como falta de responsabilidade ou atenção por pessoas “normais”.
- Impulsividade e falta de filtro: Comentários abruptos ou comportamentos intensos podem ser mal interpretados.
- Mudanças rápidas de interesse: Abandonar tarefas ou mudar de foco constantemente pode gerar mal-entendidos.
- Dificuldade em regular emoções: Reações intensas ou inesperadas podem ser desconfortáveis para neurotípicos, que geralmente esperam respostas emocionais mais controladas.
Mais compreensão e empatia
Uma das maiores barreiras para esse tipo de problema é a falta de conhecimento sobre como o TDAH afeta o comportamento de quem o possui. Muitos neurotípicos veem os desafios associados ao transtorno como escolhas pessoais, isto é, eles enxergam a pessoa TDAH como alguém que alimenta maus hábitos, alguém que escolheu ser daquele jeito, gerando muita frustração desnecessária. Da mesma forma, pessoas com TDAH podem sentir-se incompreendidas, o que aumenta a tensão no relacionamento.
Passo a passo para melhorar a convivência
- Conhecimento: Compreender que o TDAH é um transtorno neurológico, e não uma falta de esforço ou educação, é o primeiro passo. Tanto para quem sofre quanto para quem convive junto. Busquem informações confiáveis e entenda os desafios enfrentados por quem vive com essa condição.
- Empatia: Coloque-se no lugar da outra pessoa. Reconheça que comportamentos que parecem irritantes muitas vezes não são intencionais. O esforço para entender e acolher pode aliviar tensões.
- Métodos: Trabalhem juntos para criar rotinas simples e eficientes. Use ferramentas como lembretes, calendários compartilhados e listas de tarefas para ajudar a organizar o dia a dia.
- Comunicação: Dialoguem abertamente sobre as necessidades e desafios de cada um. Uma conversa sincera pode esclarecer mal-entendidos e ajudar a criar soluções conjuntas.
- Limites: Estabeleçam expectativas de forma clara e objetiva. Por exemplo, se atrasos são um problema, combine formas de minimizar esse impacto, como alertas de tempo.
- Foco: Valorize as qualidades da pessoa com TDAH, como criatividade, entusiasmo e capacidade de pensar fora da caixa. Isso ajuda a equilibrar as percepções negativas.
- Cobranças: Aconteça o que acontecer, jamais faça cobranças pelas falhas e descuidos causados pelo portador de TDAH. Da mesma forma, jamais cobre compreensão e apôio da parte neurotípica. Encarem tudo com compreensão, empatia, carinho e muito amor.
- Apoio: Participar de terapias, grupos de apoio ou consultar especialistas em TDAH pode oferecer ferramentas e insights valiosos para melhorar a convivência.
Conclusão
Conviver com diferenças pode ser desafiador, mas também é uma oportunidade de crescimento para ambas as partes. Neurotípicos e pessoas com TDAH podem construir relações mais harmoniosas ao adotar compreensão, empatia e estratégias práticas. Ao entender que o TDAH é algo ligado ao funcionamento cerebral e buscar soluções conjuntas, é possível transformar as dificuldades do convívio em aprendizado e conexão.
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W. Riga é escritor, artista visual e produtor de conteúdo.
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